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É democracia?

Cabral e Cavendish em ritmo de festa

Cabral e Cavendish em ritmo de festa

E a patifaria se desnudou no Congresso. Já sabíamos que a CPI do Cachoeira terminaria em pizza, mas os parlamentares andam especialmente desavergonhados nos últimos tempos. O deputado federal Cândido Vaccarezza (PT-SP) foi flagrado trocando mensagens pelo celular com o governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral onde aparentemente garante a blindagem do governador, pouco antes o mesmo Vaccarezza tentou impedir que a CPI investigasse as obras superfaturadas da empreiteira Delta que tem por presidente um amigo íntimo do Cabral, recentemente fotos e vídeos de Cabral se acabando na champanha em Paris junto com o dono da Delta nos deram exemplos de uma amizade verdadeira cimentada com milhões de dólares. Comovente.

A classe média mais ligada em assuntos políticos e econômicos prende o fôlego revoltada e matuta sobre o que pode ser feito para contornar a situação. Essas pessoas acompanham os noticiários, a atuação dos parlamentares, a administração de suas cidades, estados e do país. São cidadãos honestos, pagam impostos, respeitam as leis. A cada dois anos pensam cuidadosamente sobre os políticos que receberão seus votos, pesquisam sobre a vida do fulano, verificam se o candidato está envolvido em escândalos, acompanha a alianças políticas nas quais está envolvido, estudam o plano de atuação política e as propostas do cara. E quando os votos são finalmente computados no dia da “festa da democracia” levam um tapa na cara quando constatam que corruptos notórios foram eleitos ou reeleitos.

É que esses seres pensantes são minoria na comunidade dos idiotas chamada Brasil, e a democracia é extremamente competente em oprimir as minorias e impô-las as sandices dos imbecis.  

É que nessa terra de ninguém vence o candidato que mais tem recursos financeiros para torrar nas campanhas, independente das fontes desses recursos, independente se foram obtidos legalmente. Quanto o senhor Cavendish deve ter investido na campanha de Cabral para vencer licitações e superfaturar obras rocambolescas e mal executadas? Quanto o Eike Batista fatura em empréstimos do BNDES – o último foi de mais de 200 milhões de reais – quanto doa para campanhas de aspirantes à presidente da república? Eleitos graças à esses investimentos para campanhas, os candidatos se transformam em agentes dos interesses desses caras e usam a estrutura Estatal para agradar os patrões. Cavendish vence licitações, Eike Batista se torna uns dos mais ricos do mundo às custas de dinheiro público obtidos por empréstimos que até hoje não deram o retorno que deveriam para o Brasil.

 E a maioria vota nos que aparecem mais, ou nos que fazem rir mais. Tiririca, esportistas falidos e artistas do quinto escalão infestam o Congresso Nacional ao lado dos lacaios dos magnatas.

O que é isso?

É a democracia!

Quando eleitos pela maioria de bestas, os calhordas ganham legitimidade para assaltar nossa Nação. Já deu para perceber o que está podre no nosso reino? 

Contestação à “Carta ao leitor”, da Veja

Peguei emprestado esse texto do ótimo blog Sala da Lareira. Esse é o tipo de escrito que merece ser lido e divulgado, principalmente depois da orgia eleitoral de domingo e da “nova” composição de nossas casas legislativas, que por sinal, ainda é incerta diante da incapacidade do STF e do TSE.

Não se preocupem, prezadas e prezados, o Brasil não está no fim! Na verdade, o Brasil nunca começou.

Ao Texto:

Senhor Eurípedes Alcântara
Diretor de Redação – Revista Veja
Caro Sr. Diretor,

A frase “Esse preço será a desmoralização da democracia” que encerra a Carta ao Leitor (Veja nº 2.183 de 22.09) é no mínimo ingênua e no máximo idiota. O escriba deveria ter acrescentado à mesma a palavra “brasileira” para não deixar transparecer ao leitor que é ingênuo ou idiota. Eu vou me valer do próprio texto da carta para explicar, primeiro, que a podridão que assola o Brasil pode explodir e até destruir o país como nação mas não vai desmoralizar coisa nenhuma a democracia como sistema de governo, segundo, que o Brasil não tem uma democracia de verdade e talvez nunca tenha tido. Em épocas passadas houve simulacros de democracia. Na atual, nem isto, porque o que vigora mesmo no Brasil sob o governo lulo-petista é uma LATROCRACIA. Vejamos, me valendo do próprio texto da Carta ao Leitor:
a) Numa democracia de verdade nenhum ministro ousa transformar o ministério sob sua chefia num balcão de negócios a cobrar propinas de empresários, ainda mais se este ministério é o mais importante do governo e funciona um andar acima do ocupado pelo presidente ou primeiro ministro;
b) Numa democracia de verdade ninguém ousa quebrar o sigilo fiscal ou bancário de quem que seja sem ser punido e condenado a um longo período na prisão, além da execração pública a que certamente será submetido;
c) Numa democracia de verdade ninguém ousa produzir um dossiê fajuto para prejudicar adversários políticos em campanha e, quatro anos depois, ainda está impune, livre, leve e solto;
d) Numa democracia de verdade não é necessário um órgão da imprensa telefonar para um procurador de justiça para que ele se mexa e dê andamento a um processo que está engavetado. Aliás, numa democracia de verdade não se engavetam processos;
e) Numa democracia de verdade a liberdade de imprensa e de opinião dos cidadãos não são constantemente ameaçadas pelo fato do governo não gostar de ver suas falcatruas sendo divulgadas ou comentadas;
f) Agora, saindo do texto da Carta ao Leitor, prossigo: numa democracia de verdade o presidente ou o primeiro ministro não se torna militante da candidata que ele impôs e passa a fazer a campanha por ela, em flagrante desrespeito à lei, porque nas democracias de verdade isto é falta de ética e nelas a ética é levada a sério;
g) Numa democracia de verdade políticos corruptos são punidos exemplarmente pela justiça, a menos que se suicidem antes. No Brasil atual, a lei trata de protegê-los;
h) Numa democracia de verdade um presidente ou primeiro ministro não se alia àqueles que no passado chamou de ladrões e outros adjetivos depreciativos. Isto é coisa da Latrocracia brasileira;
i) Numa democracia de verdade não se gastam bilhões do dinheiro público para fazer propaganda mentirosa de obras que nem sequer começaram, enquanto os hospitais e as universidades públicas estão caindo aos pedaços, a segurança pública permite a matança de mais de 50 mil pessoas todos os anos, a infra-estrutura do país está em estado lastimável, as forças armadas estão sucateadas, os marginais estão soltos e os cidadãos trancados em casa com medo de sair à ruas;
j) Numa democracia de verdade o poder de eleger não está nas mãos de estúpidos analfabetos ou analfabetos funcionais porque nessas democracias o analfabetismo já foi erradicado e o povo tem um nível cultural que lhe permite escolher bem seus dirigentes e legisladores;
k) Numa democracia de verdade se um energúmeno como Luis Inácio Lula da Silva, usando sua capacidade de enganar, mentir e tergiversar, chegar ao cargo de presidente, jamais se reelegerá. E se praticar os crimes que esse energúmeno praticou no exercício do cargo, fatalmente será defenestrado antes do término do mandato e provavelmente irá para a cadeia. Se for numa democracia parlamentarista, faz-se uma nova eleição e manda o malandro de volta para o antro de onde saiu, podendo também ir passar uma temporada na cadeia.
l) Numa verdadeira democracia não se compra votos com bolsas esmolas e os programas sociais visam ajudar os carentes a saírem de suas carências;
m) Numa verdadeira democracia não se utilizam essas maquininhas de votar facilmente programáveis para fraudar o resultado das eleições. Conhece algum país que as use fora o Brasil?
Eu poderia esgotar o alfabeto com outros exemplos, mas paro na letra m para não me cansar e ao senhor, até porque tenho mais algumas colocações a fazer. Vejamos:
O senhor acha que se o Brasil explodir por causa da podridão em que está mergulhado isto vai desmoralizar as democracias de países como os Estados Unidos, o Canadá, a Inglaterra, a França, a Alemanha, o Japão, a Austrália, apenas para citar alguns? Qual nada, senhor Eurípedes. A desmoralização atingirá apenas o Brasil e seu povo, que aliás, em face do que vem ocorrendo desde que o energúmeno Lula da Silva tomou posse e em função de sua política externa, já está completamente desmoralizado perante o concerto das nações sérias. A deferência que os países do mundo ainda dedicam ao Brasil está mais por conta da educação diplomática desses países e dos interesses comerciais. Afinal, o Brasil produz matérias primas necessárias a muitos países e possui um mercado interno interessante para as multi-nacionais.
Eu moro na Austrália para onde vim depois da reeleição dessa pústula que quer deixar um saco vazio em seu lugar e aqui ninguém está preocupado com a podridão que assola o Brasil. Pode feder à vontade, pode explodir, pode ir para os quintos dos infernos, que não vai de forma alguma afetar a nossa querida democracia. Sabe por que, diretor? Porque o povo australiano, ao contrário da maioria do povo brasileiro, não sofre daquela doença terrível conhecida pelo nome de cleptomania. Sabe, senhor diretor, por que a maioria dos políticos brasileiros são ladrões? É simples: é porque a maioria do povo brasileiro também é ladrão. Prova disto é o índice de aprovação do governo desse larápio Lula da Silva: 80%!!! Quem apóia ladrão, ladrão é.
De modo, senhor Eurípedes, que eu lhe peço para pedir ao seu escriba que estude um pouco mais sobre a democracia e pare de escrever bobagens. Sugiro até que ele visite os países verdadeiramente democráticos para ele ver como funciona uma democracia. Se ele vier a Austrália, eu terei prazer em hospeda-lo e viajar com ele por todo o país para que ele respire os ares de uma verdadeira democracia e aprenda sobre uma verdadeira democracia.
Sabe, senhor Eurípedes, a democracia é um sistema de governo quase perfeito e caminha para a perfeição. Por isto, não funciona em países habitados por primitivos como o Brasil onde o poder de eleger está nas mãos de incapazes até de tocar a própria vida e por isto acham que o governo tem que suprir as suas necessidades. As bolsas esmolas do governo cleptômano de Lula da Silva confirma isto. Nas verdadeiras democracias os cidadãos trabalham duro, estudam muito e exigem do governo apenas que ele faça a sua parte que é governar bem. Só isto e mais nada.

Cordiais saudações,
Otacílio M. Guimarães
Darwin, Austrália