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De Paris o governador não deve ver

Recentemente vimos o governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral junto à uma matilha infame aproveitando a capital francesa com direito a guardanapos amarrados ridiculamente nas cabeças e dancinhas. Enquanto isso, no Rio de Janeiro, cidadãos que dependem do SUS agonizavam nas filas dos hospitais num cenário dantesco onde médicos e enfermeiros lutavam com poucos recursos para salvar vidas. 

Há pouco em rede nacional apareceu um pouco do que acontece em nossos hospitais. A médica Angela Tenório, em desespero, desabafou. Um desabafo de uma pessoa que todos os dias trabalha sob imensa pressão para dar conta, sozinha, do atendimento da emergência de um grande hospital carioca.

Mas o Rio de Janeiro está longe de ser a exceção. No Estado da Paraíba um médico, visivelmente abalado e exausto, disse:

É isso que a população desse país enfrenta enquanto os governantes, nossos servidores, eleitos e sustentados por nós, viajam de jatinho a custa de dinheiro público ou dinheiro oriundo dos bolsos de contraventores e empreiteiros que vencem licitações super faturadas. Eles, quando caem doente têm acesso aos melhores hospitais e médicos, sabemos bem quem paga a conta. Não é Sarney? Não é Lula? 

E como se tudo isso não bastasse ainda temos que engolir esse tipo de notícia compartilhada por uma amiga minha que é médica e atende em hospitais públicos do Rio de Janeiro. Essa jovem médica trabalhava em um hospital particular de grande porte, como de praxe, quando estou na minha cidade natal, sempre marcamos um almoço ou café. Na última vez que nos encontramos ela comentou que estava prestando um concurso público para trabalhar no SUS, disse que ganhava bem no hospital particular, mas que sentia a obrigação de trabalhar no sistema público de saúde já que havia se formado numa universidade pública e queria devolver um pouco do que a sociedade deu à ela. Ela evidentemente passou no concurso, é uma mulher inteligentíssima e apaixonada pela medicina. Mas já sente o peso e a pressão de enfrentar emergências lotadas, falta de equipamentos e condições insalubres de trabalho, além do absurdo de ver um governo infectado por uma ideologia desumana querer reconhecer diplomas de médicos formados em universidades de qualidade duvidosa. É bonito mostrar para a ONU o incremento no número de médicos, ou de formados em universidades, mas a qual custo? 

Sérgio Cabral e matilha em Paris. Não esqueceremos

 

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Andreas Palluch e a filha Andrea. Palluch faleceu no hospital Souza Aguiar depois de passar 47 dias internado a espera de uma cirurgia que poderia ter salvo sua vida

 

É democracia?

Cabral e Cavendish em ritmo de festa

Cabral e Cavendish em ritmo de festa

E a patifaria se desnudou no Congresso. Já sabíamos que a CPI do Cachoeira terminaria em pizza, mas os parlamentares andam especialmente desavergonhados nos últimos tempos. O deputado federal Cândido Vaccarezza (PT-SP) foi flagrado trocando mensagens pelo celular com o governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral onde aparentemente garante a blindagem do governador, pouco antes o mesmo Vaccarezza tentou impedir que a CPI investigasse as obras superfaturadas da empreiteira Delta que tem por presidente um amigo íntimo do Cabral, recentemente fotos e vídeos de Cabral se acabando na champanha em Paris junto com o dono da Delta nos deram exemplos de uma amizade verdadeira cimentada com milhões de dólares. Comovente.

A classe média mais ligada em assuntos políticos e econômicos prende o fôlego revoltada e matuta sobre o que pode ser feito para contornar a situação. Essas pessoas acompanham os noticiários, a atuação dos parlamentares, a administração de suas cidades, estados e do país. São cidadãos honestos, pagam impostos, respeitam as leis. A cada dois anos pensam cuidadosamente sobre os políticos que receberão seus votos, pesquisam sobre a vida do fulano, verificam se o candidato está envolvido em escândalos, acompanha a alianças políticas nas quais está envolvido, estudam o plano de atuação política e as propostas do cara. E quando os votos são finalmente computados no dia da “festa da democracia” levam um tapa na cara quando constatam que corruptos notórios foram eleitos ou reeleitos.

É que esses seres pensantes são minoria na comunidade dos idiotas chamada Brasil, e a democracia é extremamente competente em oprimir as minorias e impô-las as sandices dos imbecis.  

É que nessa terra de ninguém vence o candidato que mais tem recursos financeiros para torrar nas campanhas, independente das fontes desses recursos, independente se foram obtidos legalmente. Quanto o senhor Cavendish deve ter investido na campanha de Cabral para vencer licitações e superfaturar obras rocambolescas e mal executadas? Quanto o Eike Batista fatura em empréstimos do BNDES – o último foi de mais de 200 milhões de reais – quanto doa para campanhas de aspirantes à presidente da república? Eleitos graças à esses investimentos para campanhas, os candidatos se transformam em agentes dos interesses desses caras e usam a estrutura Estatal para agradar os patrões. Cavendish vence licitações, Eike Batista se torna uns dos mais ricos do mundo às custas de dinheiro público obtidos por empréstimos que até hoje não deram o retorno que deveriam para o Brasil.

 E a maioria vota nos que aparecem mais, ou nos que fazem rir mais. Tiririca, esportistas falidos e artistas do quinto escalão infestam o Congresso Nacional ao lado dos lacaios dos magnatas.

O que é isso?

É a democracia!

Quando eleitos pela maioria de bestas, os calhordas ganham legitimidade para assaltar nossa Nação. Já deu para perceber o que está podre no nosso reino? 

Sérgio Cabral e os bons ares de Paris

Parece que o cargo de governador tem feito muito bem a Sérgio Cabral, que ao lado de Cavendish – dono da construtora Delta investigada por suas relações com Carlinhos Cachoeira e possuidora de contratos bilionários com o governo fluminense -anda fazendo tours fabulosos na capital francesa, com direito a dancinha da garrafa, champagne e papel de ridículo… ou melhor, ridículos somos nós que continuamos com cara de panacas enquanto financiamos os passeios de Cabral e seus cães.

É a conexão Brasília-Rio de Janeiro, proporcionada pela ponte Cachoeira. A propósito, já disse que essa disputa partidária que ocorre na republiqueta brasileira não passa de uma disputa entre cavalheiros. Há mais em comum entre o DEM e o PMDB do que supõe nossa vã filosofia.

E quem denunciou a farra cabralalesca em Paris? Antony Garotinho… estamos bem, heim?

Confira algumas fotos aqui!